Quinta-feira, 25 de Março de 2010
Imagem Internet / Salvador Dalí/ Museu de Gala
Nascemos em Continentes diferentes,
Eu nasci mais cedo
Tu nasceste mais tarde.
Nunca nos vamos encontrar
Cedo ou tarde,
Nosso caminho é diferente.
Sorrimos sem medos,
Nos amamos
Neste versejar.
Levo-te
Junto ao meu coração,
Quando um dia não voltar
E tu ficares.
Eu vou sentir o partir
Tu não vais entender,
Mas vais caminhar.
Não é necessário entender,
Apenas esquecer
Um dia vais lembrar.
Há uma força que nos vai prender,
Como se eu fosse mortal novamente...
Sábado, 13 de Março de 2010
Imagem Internet/ Salvador Dalí
Rosa imortal
Pousada em meu seio
Colocada por ti,
Cintila no jardim.
Silêncio de vultos parados
Olhando por mim.
O vento não me toca
Só tu te espelhas
Perto de mim
E lanças teu olhar,
No silêncio de meus versos.
Que sentimos? Que dizemos?
Faz muito frio…
Nada nos toca
Sem roupas no corpo,
Apenas a Rosa Imortal
Pousada em meu seio.
Faz muito frio,
De olhos dormentes, falta-nos o sol.
Entramos no espelho
Descobrimos um mundo
Fora do nosso mundo
Dentro do nosso Ser.
Os cabelos estão verdes
Da cor de águas trementes.
Nadamos em meio de nenúfares,
Plantas exóticas
Como eu, amor meu.
Deixamos as roupas
Ao sol da manhã,
No nosso mundo de espelhos
Nos beijamos e amamos,
Nas muitas Dimensões
Do nosso Eu.
Dentro do espelho, outra vida flúi
Sobem ramos de rosas
Ao encontro da Rosa
Colocada por ti
A acender clarões no meu jardim.
Lutamos e amamos,
Não voltamos…
Fica em mim
E eu em ti.
Maria Luísa O. M. Adães
Domingo, 7 de Março de 2010
Imagem Internet / Salvador Dalí
Amei-te,
Humilhei-me em prantos.
Desconexos
Perplexos.
Vivi para ti,
Esqueci família
Esqueci amigos
Esqueci de mim…
E tu me olhaste
Longamente, me olhaste
E me ignoraste.
Esquecido de mim
Esquecido do que dei.
Mais tarde agradeci
O desencontro,
De mim e de ti.
Só eu fui invulgar
Tu foste vulgar!
Não merecias
Meu sonho de encantar.
Pára no deserto de meu caminho
E eu te ame,
Na fragilidade da poesia.
Amei-te,
Desconhecia o amor
Mas te dei meu calor
E perdi meus passos.
Me olhaste longamente,
Longamente me olhaste
Como sempre o fizeste,
Mas nada restou.
Deixei de respirar,
Parece que morri
Na superfície lisa
Que atravessei.
Meus versos deixaram
De cantar,
Ficou meu pranto
Preso ao luar,
E eu morri…
Por te amar.
Maria Luísa O. M. Adães