Imagem Internet / Génesis
O mal matou o bem
Por inveja do bem
E Deus castigou
Num deambular eterno
Numa viagem pelo Tempo
Numa viagem sem Tempo,
Passado
Presente
Futuro.
Se diz que o mal não foi
E não é o mal,
Mas se transformou no mal
Por culpa de Deus.
Há sempre uma desculpa
Para tudo
E o mal procurou
E encontrou essa desculpa.
Desconheço a origem do mal,
Mas sei que ele existe
E vive dentro de cada um,
Isso sei!
Os tempos mudam,
As causas e efeitos
Desses tempos
Mudam.
E o acontecer
Pode ser contado,
Como se visiona
E não corresponder
À Verdade.
Muitos acreditam no mal
E o louvam,
Queimam incenso
À sua volta
E o adoram,
Ele é o mal!
Outros não sei,
Ninguém me conta dos outros…
Ninguém escreve do bem
E o culpam do mal
Acontecido ao mal.
Só o mal tem desculpa
Da culpa!
E as fontes de longe,
O restar dos sonhos,
O caír das folhas,
Tudo me assombra.
Só nuvens escurecem
Meu sentir e meu pranto,
Só nuvens envolvem
Meu tempo,
Lágrimas derramadas
A cada instante,
Num estado latente.
Para mim, o mal
É silêncio e dor
De multidões abandonadas
Pelas culpas,
De quem governa o Mundo.
Não contesto nada,
Mas não aplaudo
A peça representada.
O mal matou o bem
Deus é culpado…
Eu não digo,
Mas diz a história!
E ao perdermos
Deus,
Onde está a Glória?
Maria Luísa O. M. Adães
22 Nov. 09
Análise baseada no Livro CAIM
de J. Saramago