Quinta-feira, 17 de Dezembro de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dali
Ser poeta,
É subir
Planar
Voar
Esquecer
Lembrar.
Ser poeta,
É acolher todos
Quantos amam
Sua poesia
E agradecer.
Ser poeta,
É um dom adquirido
Quando nasce
E a leva consigo
Quando morre.
Ser poeta,
É voar às Estrelas
Trazer uma delas
E com ela,
Abrilhantar o mundo
E dar amizade
Utopia, amor
Magia, esplendor
Alegria
E tristeza também.
Ser poeta,
É ser árvore,
É ser estrada,
É ser sonho,
É ser Tudo,
É ser Nada.
Ser poeta,
É ser amor,
É subir escadas.
É cantar aos deserdados
Aos abandonados,
É ser esquecido
Vilipendiado
Espezinhado,
Mal entendido.
Ser poeta,
É ser humilde,
É ser mais Alto
É dar os sonhos
Que volteiam
À sua volta.
E aguardar
Que Deus o mande
Ajoelhar um dia…
Para o abençoar.
Ser poeta,
É ser o Tudo
E o Nada.
E não saber
Não lembrar,
Sonhar e esquecer
O sonho,
Somos todos de Cristal ao Vento!...
Maria Luísa O. M. Adães
17 Dezembro de 09
Sábado, 12 de Dezembro de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí / Crowd/ Multidão
Eu estava contigo,
Caminhávamos por entre a turba
Nada nos prendia nesse caminhar.
De mãos dadas
Absortos na caminhada,
Respirávamos o ar.
A turba conturbava,
Fazia perder o ritmo
Da caminhada.
Mas nada importava,
Nem a turba
Que estorvava.
Olhando as estrelas
Nossa bússola,
Caminhávamos.
Procurávamos a Paz,
Uma e outra vez encontrada
Uma e outra vez procurada.
Perdidos na turba
Sedenta de encontrar,
Nós caminhávamos.
Indiferentes
Ao rolar da turba
Por entre nossos passos.
Procurando não perder
A estrela que nos guiava,
Caminhávamos.
Tudo se diluía ao passar,
Não olhávamos
E aceitávamos as palavras, usadas
A turba já cantava,
Não nos interessava
Nada mais contava.
Nem a turba que cantava
Nem os que fugiam,
Não nos pertenciam.
E continuávamos,
Seguindo a estrela
Que nos guiava.
A alma do sonho chegava,
As portas de ouro se abriam
E nós entrávamos.
Quietos e pálidos
Assombrados
Mistificados
Perdidos
Sem terra
Sem estrelas
Olhos fechados
Sem abrigo.
Símbolos e enigmas,
Nós estávamos presentes
A turba faltava.
Maria Luísa O. M. Adães
Dezembro de 09
Segunda-feira, 7 de Dezembro de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí / Surrealismo
O amor não dá
Para intelectualizar,
Dizer que não sente
Dizer que não quer.
Isolada no Espaço Infinito
Te encontro, te amo
Te dou meu sentir
Por um instante.
E torno a ser o que sou
Esquecida do que dei,
Esquecida do amor
Pelo qual supliquei.
Mas tu não entendes
E quem entende?
Pensaste em loucura
Por ti
E te enganaste
Por mim.
Há um lábio que sussurra
Sem palavras,
Secular nas vigílias
Do meu andar,
Por montes, vales, precipícios,
Por desencontros.
Eu sou o teu amor,
Tudo o resto é fantasia
Do que nos resta.
E a rosa caiu
Do meu coração vencido,
Pelo intelectualizar
Da partida…
Por mim,
Por ti,
Por eles.
Em vão te escuto,
Mas nada posso mudar
E o Adeus caiu
No Mar.
Deixo um poema
A me lembrar.
Maria Luísa O. M. Adães
7 Dez. 09
Terça-feira, 1 de Dezembro de 2009
Imagem internet / Salvador Dalí / Entardecer/ Noite!
Quando ontem adormeci
Minha memória acordou
E se lembrou.
Quando ontem adormeci
Tudo se levantou
E tomou seu rumo.
Quando ontem adormeci
Me esqueci de ti,
Tu não esqueceste de mim.
Quando ontem adormeci
Me lembrei de partir,
Não sei de onde veio a lembrança.
Quando ontem adormeci
Vi figuras desconexas, perplexas,
Ao redor de mim.
Quando ontem adormeci
Tudo se aquietou no meu sentir,
De menina acabada de nascer.
Quando ontem adormeci
A noite era húmida e silente
E pingos isolados caíam, aqui e ali.
Quando ontem adormeci
Não esqueci o passado,
Lembrei o presente e sofri.
Quando ontem adormeci
Sonhei e vi meu amor,
Num jogo frio.
Quando ontem adormeci
Tudo se aquietou
E dormiu em mim.
E eu esqueci
Lembranças,
Temores,
Dor
E o sofrer,
Por tudo e por nada
Que tanto persegue
Meu sentir.
Alguma vez esqueci?
Ontem,
Parece que sim…
Meu amor
Íntegro, certo,
Te dedico meus versos.
Maria Luísa O. M. Adães
1 de Dezembro de 2009
Quinta-feira, 12 de Novembro de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí
Também se ama em silêncio,
Sem ter nada a dizer
Sem ter nada a escutar.
Também se ama,
Quando se adormece
Depois de amar.
Também se ama,
Quando se fala alto
De um tempo absoluto.
Também se ama,
Quando se lê o jornal
Sem olhar para o lado.
Também se ama,
Quando não se escuta
As queixas do nosso amante.
Também se ama,
Quando o desejo passar
E se falar do vulgar.
Também se ama,
Quando tudo se esquece
E não merece nosso olhar,
Nosso entender,
Nosso compreender,
Sem julgar.
Também se ama,
Quando se olvida
A nossa forma de estar.
Também se ama,
Quando se recupera o alento
E se deixa de sonhar.
Também se ama,
Quando o pensar é triste
O amar não é paixão.
Também se ama,
Quando se encontra
E não há recordação.
Talvez assim se ame,
Por uma vida sem assombros
Colorida no aceitar.
Talvez assim, se possa amar,
Uma vida inteira
E eternizar esse amar.
Meu destino,
Como vai terminar?
Maria Luísa O. M. Adães
11 Novº. O9
Sexta-feira, 6 de Novembro de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí/
Como um golfinho
Que pertence ao mar e à terra,
Eu escuto teu canto de amor.
Nunca te vou encontrar
Mas se alguém passa,
Pergunto por ti.
Com enlevo te leio
E lembro meu canto passado,
Naquele campo escondido.
Noite e dia
Como se esperasse
Tua elegia.
Perdi Amigos e Família
E os encontrei no mar
Por mim cantado.
Os saudei,
Mas eles se afastaram
Em passo apressado.
Não ouço mais vozes
Ao meu lamento,
Entre o sol, o mar e o vento.
O silêncio invadiu o ar
Despertei,
Alguma vez dormi ou sonhei?
Nunca meus olhos foram claros
E o meu sorriso de loucura
Tão audaz.
Procurei meu rumo
E me lembrei,
Como tua companheira.
Há alguém envolto na noite
Alguém que me conhece
Como soube de mim?
Se eu fugi e me recolhi…
Mando-te um som de vida
Solitário, arrependido, exilado
E descubro:
Fui eu que mudei.
Eu não pertenço a ninguém
De ninguém eu fujo,
Mas mudei!...
Leva a rosa guardada no meu peito!
Maria Luísa O. M. Adães
6 Nov. 09
Sábado, 31 de Outubro de 2009
Imagem Internet / Salvador Dalí / corde pulsum tangite...
Não vou contar cada palavra
Colocar uma folha no teu lugar
E cantar meu canto
Sem brilho e sem luar.
Perdeu-se na poeira
Do caminho
E não vou contar.
Diluiu-se na espuma do mar,
Levado a outro lugar
Como posso contar?
Ficas no teu horizonte quieto,
A perfídia manchou teu lugar
E te aquietou perplexo,
Como contar?
A maldade não ficou no mar
Não pertence ao mar,
Mas sim ao fogo.
E o fogo destrói e vence,
Por momentos longos
De um campo funesto,
Não rogues nem chores.
Não pertences ao mar,
Não pertences ao fogo,
Não pertences ao Infinito
Supremo e eterno,
Não pertences ao deserto,
Não pertences ao sol,
Não pertences à água viva,
Em correria brusca, tu foges…
Para ti,
Todas as palavras são inúteis!
Como contar?
Olho o céu
Caminho devagar,
Olho a lua e penso…
Plantada à beira do mar,
Nascida do feitiço
Da lua e do Luar
Esta eu sou,
Quem vai acreditar?
Vou sem rumo,
Tão grande o mundo
E países tão distantes
E saber que nada sou
E sem ti, unicamente morria.
Aqui fica a minha voz de amor,
Quem me escutou?
Maria Luísa O. M. Adães
31 Outubro de 09
Sábado, 24 de Outubro de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dali / Dalí and Gala
Que bom ter-te,
Escrever para ti
Escrever para mim
Escrever de mim.
Recupero o meu alento
Neste nosso amor,
Tão forte, tão grande.
Venço este tormento
Meu e teu
E assim somos, não retrocedemos.
Caminhamos ao encontro
Das palavras que escrevemos
E recupero o meu alento.
Em noites de silêncio
E sonhos acordados,
Olhos de antepassados.
De olhos bem abertos
Esquecer os enganos,
Não nos encontramos.
Tão poucos somos
Tantos já fomos,
A um Deus Supremo,
Somos o pranto,
Somos o engano,
Somos o espanto.
Podemos saber quem somos
Esquecer os enganos,
Feitos a cada instante.
Que bom, meu amor
Somos como somos,
Tudo tão confuso como é.
Falamos de diferenças
Nos encontramos nesse falar,
Depois nos perdemos.
Transportamos compromissos
E promessas e encontramos,
Murmúrios suplicantes.
Como fazemos?
Voltamos no tempo?
Que bom, meu amor.
Mesmo o amor
Pode ser de renúncia!
Renunciamos?
Não – recupero o meu alento
E continuamos!
Que bom este tempo!...
Maria Luísa O. M. Adães
24 Outubro de 09
Quarta-feira, 21 de Outubro de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí and Gala
Sorrio quando canto
Sorrio quando espero
Sorrio quando amo.
Tudo me faz sorrir,
Levantar meu canto
Procurar meu sentir.
Sonho contigo, sorrio
Abro meus olhos, sorrio
E tantas me vemos.
Abro as janelas
Olho as estrelas,
Estou perto delas.
Leva-me contigo
Leva-me sem medo
E dá-me teu sorriso.
Prendo tua cauda brilhante
E bem junto a ela,
Voo com ela.
Chego à tua casa
Atravesso o Oceano,
Tão longe a tua casa…
Te beijo, te abraço
Te sinto um sonho inteiro,
Nos meus braços.
Fixo o meu olhar, no teu olhar
Sem falar, sorrio…
Quem somos no Tempo?
Deixa dizer que te amo muito
E não vou deixar de te amar
E é tudo imenso…
Perturbei a Estrela e o Vento
Por cada momento,
Junto a ti.
Regresso ao meu Lar,
Desço a minha Estrela
Sorrio para ela e ela para mim.
Um dia lês o que escrevo
Ou não te atreves a ler,
Sentes o silêncio a dois.
E fechas o meu livro,
Coloca-lo num lugar esquecido
Não há resposta ao que digo.
Meus versos ficam,
Navego pela memória
E talvez…
Te esqueças de mim
E desse tempo antigo!
Maria Luísa O. M. Adães
22 Outubro de 09
Quinta-feira, 15 de Outubro de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí / I feel in my heart
Tu estás no meu sentir
E te desejo ver, te olhar,
Te beijar, te abraçar.
Não sei ser feliz,
Não sei como encontrar
A felicidade.
O Palácio dos meus sonhos
Perdi-o, na espera
De um mundo desencantado.
Como vou encontrar
De novo,
A minha Estrada?
Deambulo por lugares
Sem pouso, no tempo surdo
Como vou regressar?
E parti por mim,
Por ti,
Por eles,
Não tenho de perdoar
Não tenho de ser perdoada
Eu escolhi ser amada.
Meus olhos fixam o silêncio
Transformado em estrada
A minha estrada.
Invisível abriga o meu desejo,
Eu não estou presente
Não respondo, ao desejo do ausente.
Quem está presente
Que se apresente e me diga,
Eu sou o ausente!
Eu não estou perdida
Nem de mim, ou de ti
Mas do mundo – eu estou!
Sinto que os amores
Não se repetem…
Sinto, não ser alegre nem triste
Rompo os elos do Tempo
Sou Poeta!
Aqui deixo meu corpo.
Maria Luísa O. M. Adães
15/ Outubro 2009
Sábado, 10 de Outubro de 2009
Imagem Internet / Salvador Dalí/ Gala / To forget!
Tu podes esquecer
Não escrever meu nome
Não olhares o meu perfil.
Eu não posso esquecer
Dizer o que imagino,
Mas nenhum mortal
Me pode prender!
Não me afundo
No mar revolto a meus pés,
Não me deixo afundar
E se o fizer…
Não sou eu!
Eu amo tudo
Este, aquele e o outro
Abraço todos
E vou, porque quero
Onde o insano predomina
E manda
E mata
E tira tudo…
O bom, o belo,
A riqueza, a grandeza
E dá a dor
A quem implora
A bênção dos que passam
Sem o calor do amor
E a boca é apenas,
Um instrumento de
Segredo.
- Mas são humanos!
Eles dizem que são…
Mas tu não te juntes a eles,
Não esqueças
Espera, sossega
Olha o espelho
E agora me vês?
Lembras meu perfil,
Meus beijos, meu amor
O som da minha vida
Sem um suspiro de dúvida
Ao meu nascer em ti?
Lembras ou esqueces?
Se esqueces,
Não temos mais despedidas!
Maria Luísa O. M. Adães
10 Outubro 2009
Quarta-feira, 7 de Outubro de 2009
Imagem Internet / Salvador Dalí / I am the World
Eu sou o Mundo
O meu e o teu
O nosso mundo!
Neste espaço que me aceitou
Mudei o contacto com o mundo
Tornei-me outro mundo!
Não vais chegar
Onde estou,
Não vais passar
Onde passo,
Não vais olhar e ver
O que vejo!
Pois o teu olhar
Não abrange
O meu estar,
O lugar onde vou passar
A luz a iluminar,
Meus passos.
Não pertences ao mundo
Ao meu mundo
Ao mundo dele!
Eu acordei
Abri meus olhos,
Reconheci o caminho
Reconheci a verdade
Reconheci a minha vida,
Descobri o bem
Aboli o mal
E voltei a escrever,
O pouco que sei!
E desse pouco,
Transformo os matagais
Das selvas do meu interior,
Num plasma grotesco
Sem graça,
Sem harmonia,
Fora do contexto,
Do mundo que escolhi
E sobrevivo assim…
Por mim,
Por eles,
Por ti,
Meu amor!
Eu escolhi,
Eu aceitei,
Por todos…
Esta forma de sentir
E escrever,
O nosso mundo!
Maria Luísa O. M. Adães
Quinta-feira, 1 de Outubro de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí/ Mecum omnes plangitel!
É mais fácil ouvir as estrelas
Senti-las passar,
Do que entender a terra
E alcançar meu sonhar.
É mais fácil amar-te,
Do que te repudiar.
É mais fácil falar do amor,
Do que viver esse amor.
É mais fácil sentir a maresia do mar,
Do que olhar ao longe
O barco que parte,
Chamando por mim.
É mais fácil dizer que te amo,
Do que te amar.
É mais fácil, meu coração parar,
Do que o tempo a contar.
É mais fácil te reconhecer na multidão,
Do que olhares meus olhos, na escuridão.
É mais fácil aceitar
Brilhar com teu amor,
A escrever temas abstractos.
É mais fácil subir,
Escadas de pedra
Do que entrar no meu Palácio.
É mais fácil caminhar
Nas ondas do mar,
Atravessar desertos
Olhar ao longe
E nada vislumbrar,
Nada escrever,
Nada contar,
Nada dizer.
É mais fácil
Do que Viver!...
E escolhi o mais Difícil…
Maria Luísa O. M. Adães
Sábado, 26 de Setembro de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí / corde pulsum tangite...
Espera! Sossega!
Esta eu sou – a que procura,
A que sabe encantar
Amar o teu olhar
E fazer sentir-te bem,
Junto dela.
Esta eu sou – tu conheces
Ou pensas conhecer,
Mas pouco a escutas…
Quando fala o seu dizer.
Esta eu sou – a que chora,
Pede alento
Te ama tanto.
E tu indiferente,
Olhas em frente!
Estou a teu lado
Não te quero tocar
Espero o teu olhar.
Mas tu indiferente
Olhas em frente!
Continuo a tentar
Chamar e abraçar
Abarcar o vácuo,
Do teu olhar.
Que mais posso fazer?
Dizer ou esquecer?
Subo as escadas
Exangue,
Dolorida,
Esmorecida.
Olho para ti lá do cimo
Chamo por ti em tom brando,
Tu não respondes...
E indiferente,
Olhas em frente!
Espera! Sossega!
Esta eu sou – a chamar-te
Numa tentativa de te amar
E tu não respondes,
Continuas sem responder
Continuas indiferente,
O olhar em frente!
Quanta procura,
Quanta ânsia de loucura
E tu continuas,
Sem nunca me olhares!
Espera! Sossega!
Deixa de olhar em frente
Repara,
Eu estou a teu lado!...
Maria Luísa O. M. Adães
Domingo, 20 de Setembro de 2009
Imagem Internet / Salvador Dalí/ Est affectus!
Nada se concretiza
Neste mundo!
As alegrias,
As mágoas,
Os sofrimentos,
A dor.
Nada se concretiza!
Tudo é efémero
E faz parte da ilusão
Da chamada Vida,
Acredita.
Nada se concretiza!
Tudo é ilusão
De ser
De viver
De amar
De morrer,
Tudo é ilusão.
Eu sou ficção!
Não te prendas
Ao que escrevo,
Nada de prisões
No teu sentir
No meu sentir.
Deixo cair de minhas mãos
Descuidadas,
Os meus anseios
E amores mais caros
E não me incomoda.
Nada se concretiza!
Acredito na chegada,
Acredito na partida,
Acredito em mim
E por vezes, em ti.
Mas não concretizo nada!
E nada peço,
Nada tenho a pedir!
Mas amor, eu dou!...
Maria Luísa O. M. Adães
Terça-feira, 15 de Setembro de 2009
IMAGEM iNTERNET / Salvador Dalí / Agony of Love.
Se amar fosse meu desejo...
Tanto eu teria amado
Na minha passagem
Por este mundo
Que julguei amar.
Se amar fosse meu desejo…
Eu teria feito tantas coisas boas
Imaginaria e viveria,
Dessa imagem do amor
Incontestado.
Se amar fosse meu desejo…
Eu seria outra diferente da última
Saberia viver
E agradeceria à vida
Tudo,
Quanto ela me tentaria dar
E eu não saberia aceitar.
Se amar fosse meu desejo…
Eu teria prendido com meu fogo,
O meu amor com meus beijos
E não o deixaria voar
Para outro lugar,
Outros abraços,
Outros beijos
Que não teriam
O fogo ardente
Do meu modo de beijar.
Se amar fosse meu desejo…
Tudo estaria a meu contento
E eu saberia entender.
Se amar fosse meu desejo…
Eu te prenderia nos meus braços
Te cobriria de meus abraços
E te daria,
O meu mundo de presente.
Se amar fosse meu desejo…
Tu ficarias para sempre,
Nunca me abandonarias
E me amarias muito
E muito mais.
Se amar fosse meu desejo…
Eu te levaria á minha Estrela
Que brilharia no Espaço
E faria amor contigo
Nesse lugar iluminado,
De corpos nus entrelaçados
E haveria relva fresca
Para ti e para mim,
Eu a encontraria
E a Estrela brilharia muito mais.
Se amar fosse meu desejo…
Tudo seria diferente
Do que vejo!
Maria Luísa O. M. Adães
Quarta-feira, 9 de Setembro de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí
Percorro Caminhos
Dou voltas ao mundo,
Distancio-me de lugares
Volto aos mesmos lugares
E tento encontrar
Amor, nesse deambular.
Dou voltas ao mundo,
Mas de que me serve?
Não dou a volta à Vida
Tento viver e descubro,
Não sei viver!
Dou a volta à Vida
Mas isso é ilusão perdida
A Vida não deixa voltar.
Percorro o mundo
Regresso ao meu lugar,
Dou a volta à Vida
A Vida não deixa voltar.
E descubro que nada sou
E descubro que nada tenho
E descubro que tudo quanto tive,
Entreguei ao mundo
Devolvi à Vida.
Isso, hoje, eu sei
E estou convicta
Do que sei!
Não sei viver
Nunca conheci o mundo
Nunca encontrei a Vida.
Apenas me encantei
Com coisas diferentes
Que olhei e amei.
A ilusão perdura
Nas voltas constantes
Que dou,
Para apaziguar
Uma angústia latente
E não voltar.
Percorro caminhos
Dou voltas ao mundo
Mas não dou,
Voltas à Vida.
E perdi o amor,
Nesse caminhar!...
Maria Luísa O. M. Adães
Domingo, 6 de Setembro de 2009
Lutei e perdi
A minha luta
E tão bom seria ganhar
Essa luta.
O mundo não ajudou
E perdi…
Por falta de amor
Ao que vi.
E regressei
De mãos vazias,
Alma partida.
Amei sem dúvida,
Mas perdi…
A vida é cheia de renúncias
E eu mais que ninguém,
Conheço e reconheço
Essa renúncia.
Uma vida inteira
A lutar,
Uma vida inteira
A perder.
Mas me parece
Que a minha luta
Vai continuar
E eu vou perguntar
Sempre,
Porque perdi?
E porquê perguntar?
Continuo a acreditar
Em mim,
Sempre em mim!
E na minha
Forma de lutar.
Maria Luísa O. M. Adães
Em resposta
Ao Poema, "Abandonados"
Quinta-feira, 27 de Agosto de 2009
A Serra espelha-se no Mar,
O Sol brilha e aquece
E a desumanidade permanece,
Nos animais abandonados
Perdidos, maltratados.
Trinta cães no Cimo da Serra
Nove no Portinho da Arrábida,
Abandonados por aqueles
De quem foram, amigos fiéis.
O tempo estava quente,
A Serra brilhava
As cigarras cantavam
O mar enrolava
A areia da praia,
As crianças brincavam.
E eles perdidos
Abandonados
Sem água,
Sem casa,
Sem vida,
Sem comida,
Uivavam…
Num cântico negro
Desesperado!
Eles estão amedrontados
Abandonados,
Formam matilhas
Seguem as trilhas
Vêm à estrada
E esperam aqueles
A quem amavam.
Eles não voltam,
Eles não sabem
E esperam a bênção
De um afago,
A beleza da Serra
Está manchada
Por gente,
Que deixou de ser gente
Quando os abandonaram!
A Serra encanta
O peregrino sequioso,
Ao longe o mar
Toca seu canto doce…
Eu não volto à Serra!
Não posso voltar,
Olhar e nada fazer
E esquecer
E não ver
À minha volta,
O que se vai passar.
E tenho de viver,
Nada posso fazer
Tenho de esquecer!
Mas fica escrito
No vento,
O que acabo de dizer.
Maria Luísa O. M. Adães
Sexta-feira, 21 de Agosto de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí / Gala
Conheceram-se…
Uma estranha doença
Os juntou,
O prenúncio da morte
Se deitou com eles.
Eles se amaram
No limiar de vida e morte,
Ela aguardou
Que ele se salvasse
E ele se salvou
E se apaixonou
Pela guardiã
Que o acompanhou,
Na luta das horas.
Ele sonhou
Juntar-se a ela,
Amá-la a todo o momento
Não mais se separar dela,
Mas foi um sonho
Que não se realizou.
Ela tinha nascido
Vinte anos mais cedo,
Ele tinha nascido
Vinte anos mais tarde.
E lembrando essa diferença
Se separaram,
Por vontade dela.
E se fosse ao contrário,
Se ele tivesse nascido
Vinte anos mais cedo
E ela tivesse nascido
Vinte anos mais tarde?
Como teria sido?
Penso que se teriam amado
Com paixão,
Concretizado os sonhos,
Os desejos,
O fogo teria brotado
De seus beijos
E da união de seus corpos.
A idade
Não contava,
Não comandava
Seus desejos,
Mas contou
E afastou!...
Ela tinha nascido
Vinte anos mais cedo,
Ele tinha nascido
Vinte anos mais tarde.
Os anos passaram,
Ele envelheceu mais tarde
Ela envelheceu mais cedo
E morreu…
Ele ficou e chorou
Seu pranto,
Por um amor
Que não se concretizou.
Ela tinha nascido
Vinte anos mais cedo,
Ele tinha nascido
Vinte anos mais tarde.
Por essa razão
Se separaram,
O tempo matou,
O fogo da paixão acabou
E apenas se encontraram,
Quando ela morreu
E a saudade ficou!...
Maria Luísa O. M. Adães
Domingo, 9 de Agosto de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dali
Estás em tudo que nasce
E também em tudo que morre!
Tu vens!
As janelas estão gradeadas
Entra o Sol e a Luz,
Mas não entra o Mundo
Que palpita lá fora
Chamando por nós.
Mundo,
Não te posso responder
Estou aprisionada
Dentro de mim.
Quero fugir
Gritar bem alto,
A saudade que me fere
A saudade do teu canto
A saudade dos teus beijos
A saudade dos teus passos
A saudade da minha Vida.
Perdida neste lugar
Que não me pertence
Não me encanta,
Com o desejo de fugir
Para outros lugares
E voltar sempre
Ao primeiro lugar…
E isso - desencanta!
Isolada do meu mundo
Das coisas que perdi
E das outras que encontrei,
Tão próximo de mim.
É um mundo
Sem música, sem beleza
Em múltiplos horizontes
Onde não posso andar,
Num confronto
De dois mundos desiguais…
O meu e o teu!
E eu continuo a fugir
Ninguém me pode dizer
O que fazer,
Eu não aceito!
Apenas aceito,
A minha forma
De viver!...
Maria Luísa O. M. Adães
Terça-feira, 4 de Agosto de 2009
Imagem Internet / Salvador Dalí/ To make love!
Amo o cântico dos bosques
No raiar das manhãs
Plenas do silêncio
Da ardência da noite.
Não gosto de Cidades
Turbulentas,
Corridas,
Desiguais,
A ignorar a tormenta.
Gosto do Amor,
Do seu simbolismo
E da realidade humana
De se dar.
Gosto de acordar
Na cama que conheço,
Onde jogo meus jogos
De amor
E onde esqueço,
O clamor de multidões
Profanas.
Gosto em alguns dias
Não gosto em outros dias.
Nem sempre sou igual
Ao que me pedem
Para eu ser,
Mas como posso ser
Como querem,
Se calcam aos pés
Meus sonhos de quimera?
Vem meu amor!
Ama-me como tu sabes
E esse amar me dá,
O fogo e o anseio
De te desejar.
Não entendes e enalteces
Este dizer?...
Que triste, meu amor,
Viveres com alguém
Sensível a tudo
E não a conheceres
E ela também
Não se conhece,
Não sabe quem é.
Ela vai ser infeliz
Até final de seus dias,
Mas que fazer
Se o mundo é tão mau,
Para os que pretendem
Viver a seu modo
E não o podem fazer!...
Maria Luísa O. M. Adães
Sexta-feira, 31 de Julho de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí
Reparei em ti
Quando te vi
Quando te olhei.
Reparei em ti
E perguntei a mim
O porquê desse reparo.
Reparei em ti
E me lembrei
De alguém ou um lugar.
Reparei em ti,
Na tua forma
De dar.
Reparei em ti
E pensei,
Te posso amar!
Reparei em ti
E reconheci em ti
A minha forma de estar.
Reparei em ti
E senti e reconheci
O meu Altar.
Reparei em ti,
Olhei para mim
Através de ti.
E reconheci
Finalmente percebi,
Esse olhar fixo em mim.
E descobri,
O meu olhar no teu olhar
E duas espelhadas, numa única.
E gostei de ti,
De te reconhecer
De reparar em ti.
Reparei em ti,
Gostas de escrever
Como a água
Que necessitas de beber.
E fiquei a saber
…Esta sou eu,
A Primeira e a Última!
Maria Luísa O. M. Adães
Quinta-feira, 23 de Julho de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí / Global warming
Tudo é ritmo no Universo,
Respiram as estrelas
Passeiam os astros
As águas se separam
Nas nuvens que correm.
Tudo é movimento!
O mundo é redondo,
Ligeiramente achegado
E tudo retorna
Num rodopio fugidio.
Tudo é movimento!
Por vezes no caminho
Alguns morrem,
São absorvidos por outros
Numa dança cadenciada.
Tudo é movimento!
O Espaço é Filho
Da multiplicidade do ser
Luz e trevas
Atrás o Passado
E à frente
O ignoto Futuro.
Tudo é movimento!
Absorve o melhor de nós,
Transforma esse melhor
E doa à aragem da noite
Quando a lua se levanta
A iluminar o caminho.
Tudo é movimento!
Acompanhei esse mover
E percebi
…Não há caminho,
Ele é construído
No meu caminhar.
Tudo é movimento!
Procurei Deus
E um dia
Por surpresa minha,
Me vi diante
Do Seu Portal,
Senti medo e fugi
E aí… me perdi,
Por culpa minha
E não Tua,
Mas nada parou.
O movimento continuou!
A minha vida
E todas as provas
Porque passei,
A posso doar
Pois é minha!
E pairar,
Além do Sol e do luar
E aguardar,
O movimento
Que me ajude a regressar,
Eu aprendi e sei,
Tudo é movimento!
Maria Luísa O. M. Adães
Terça-feira, 21 de Julho de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí / Forgotten
Ninguém mais cantava,
A estranha melodia
Que minha alma entoava.
E ela suplicava,
Pelo reconhecer da sua essência
Pelo ouvir seus gritos
De silêncio,
Sonolentos,
Perdidos,
Desesperados
E perguntava: -)
- Tu entendes isto que digo?
Tu estás comigo,
Ou ficaste perdido
Num outro lugar
Numa outra vida
Que nada tem
Com a minha vida?
Onde te encontras?
Ao voltar daquela esquina
Onde guitarras cantam
Um fado triste
E de pesar?
Juntei-me aos fantasmas
Da noite,
Da solidão dessa noite
Juntei-me a eles,
À sua melancolia
E a saudade permanecia
Em mim
Como melodia
Que ninguém tocava
E ninguém ouvia
Ou pressentia.
Mas eu ouvia,
Os sons dolentes
Da guitarra que tocava
Estranha melodia.
Mas só eu ouvia
E te procurava
Sem saber onde estavas.
Sem te ver,
Sem te sentir
E te desejava
Como sempre,
Ou como nunca
O tinha feito.
E amava-te
No silêncio da noite
E escutava
A voz que vinha
De dentro
E pensava ser a tua voz.
Eu era o poeta
Perdido,
Sem casa,
Sem Terra,
Sem caminho,
Sem vida.
Esquecida,
Por quem
Amava.
Chovia
E eu esperava!...
Maria Luísa O.M. Adães
Quinta-feira, 16 de Julho de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí / Surrealismo
Adoro em ti,
O teu alheamento
De mim.
Adoro em ti,
Os teus esquecimentos
E os teus devaneios.
Adoro em ti,
O tempo que me dás
Num sorriso fugaz.
Adoro em ti,
O ardor dos teus beijos
E a procura ávida dos meus.
Adoro em ti,
A falta de preconceito
A tua vivacidade
De menino ausente.
Adoro em ti,
A ausência de continuidade
Nos arroubos desejados.
Adoro em ti,
A tua sensualidade
Unindo-se à minha.
Adoro em ti,
A inocência de alguém
Que vive por si e para si.
Adoro em ti,
A liberdade que me dás
Que me é tão cara
E tanta falta me faz.
Adoro em ti,
Não olhares os meus versos
E me amares
Como se eu não fosse poeta.
Adoro em ti,
As imperfeições que encontro
E não me dares nada em troca.
Adoro em ti,
Essa forma de dar
E nada dar.
Adoro em ti,
Não reconheceres o que sou
E estás certo, eu nada sou.
Adoro em ti,
Tudo quanto eu amo
Tudo quanto eu chamo
De Vida!
Adoro em ti,
O clamor do insano
Nas horas certas.
Adoro em ti,
Não te lembrares de mim
Quando te chamo.
Adoro em ti,
Tudo quanto sou
Tudo o que esqueço
Tudo o que pretendo
E não tenho!...
Adoro em ti,
O me esquecer
De mim
E dos outros
E do mundo,
Ao qual pertenço.
Adoro em ti,
O te esqueceres de mim,
Agora e sempre.
Adoro em ti,
Esse amor
Por mim!
Maria Luísa O. M. Adães
Segunda-feira, 13 de Julho de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí
Morri de saudade,
Dispersos estão meus pedaços
Por lugares nunca encontrados
No caminhar de meus passos.
Ninguém me pode impedir
De amar, de sentir, de sofrer
Ou me alegrar,
Pela minha liberdade.
As cítaras do meu pesar
Continuam caladas,
Não sabem tocar…
Ninguém me pode molestar
Ninguém me pode julgar
Ninguém me pode acusar!
Maria Luísa Adães
Quarta-feira, 8 de Julho de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí
Era noite,
O ar respirava
As almas vagueavam
No silêncio
E no escuro da noite.
Nada se movimentava,
Apenas eu caminhava
Ao encontro de mim,
Ao encontro de ti,
Ao encontro da vida
Que se me deparava.
Nada se movia,
Os corações não cantavam
E guitarras ao longe
Não soavam…
Era a noite fantasmagórica
De um local que não dormia
Não se expandia
Não dizia…
Perplexa e tímida
Eu te procurava,
No silêncio secular
De uma noite encontrada.
E não te via
E não te vislumbrava
E não sentia,
O mover de pessoas
Nessa estrada
De noite cerrada.
Era uma estrada
Só minha,
Eu caminhava
Procurava
A melodia que encantava
E não encontrava,
Apenas o silêncio se ouvia
Em tom brando,
Cauteloso,
Fugidio
E não se mostrava.
Eu nada via
E procurava no desespero
Que sentia
E não parava…
A alma partia-se
Aos pedaços,
Eu não apanhava
Esses pedaços,
Ninguém me ouvia
E a noite escondia.
Eu andava nessa noite
Onde estrelas não brilhavam,
Apenas sussurros
Caminhavam escondidos,
Nos silêncios e nos medos.
E tu onde te encontravas
E não me procuravas?
Quem és tu
Que eu desconheço?
Pois te perdi
Dentro de mim
Fora de mim
E não apanhaste
Os pedaços dispersos
Da minha alma
Que perdi,
Ao longo dessa noite…
Meu amor,
Onde estavas
Onde te encontravas?...
Maria Luísa adães
Terça-feira, 2 de Junho de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí/ To go away
Tanto medo tenho,
De me desprender
Do meu lugar,
Onde quero ficar
E não o quero deixar.
Envolvi meu sentir
Nessa promessa que fiz
E tanto sofri…
Não mais vou prometer
Isto ou aquilo,
Não vou permitir
Conturbar meu sentir.
Não mais o torno a fazer!
Mas fiz…
E mudar o que está feito,
Como o vou fazer?
Amo as pessoas,
Mas sou decepção
Não deixo de ser ilusão.
Estava tão certa de mim
E me enganei
Uma vez e outra,
Mas a esta não posso fugir.
Tenho de partir!
Não sei como o vou fazer,
Sem morrer um pouco
E calar minha voz
Quando devia gritar,
Implorar,
- Tende pena de mim.
Perdi a força
Por amar demais,
Por aceitar,
Por não esquecer
Nada nem ninguém.
E assim…
Tenho de partir!
Só, sem ninguém
À volta de mim.
Venham ao meu lugar,
Agarrem os meus braços
E não me deixem voar.
Metade de mim – é partida
Metade de mim – é saudade.
Ninguém está atento,
Ninguém entende o que sinto,
Ninguém entende o que digo.
Tenho de partir!
E te vou deixar,
Vou para outro lugar
Longe, muito longe de ti.
E de todos…
Mas tu não entendes,
Ninguém entende
Tenho de partir!
Não sei quando volto,
Não torno a prometer
O que não sei fazer.
E não quero...
- Que dizer Adeus,
Seja o meu Destino
Maria Luísa O. M. Adães
Quinta-feira, 28 de Maio de 2009
Imagem Internet / Salvador Dalí
Sim Suplico!
E vou dar voz á súplica,
Na minha forma de dizer,
Na minha maneira de sentir.
E sei – :
Tudo é teu,
Tudo te pertence,
Não deixes
Que te tirem a alegria,
O teu estar no mundo
E o meu amor por ti.
Não permitas que isso aconteça!
Caminhante esquecido
Num local sem fim.
Acredita no simbolismo
De um mundo mais puro,
Procura um tempo presente
E vai mais longe…
Procura um tempo futuro.
E deixa que à superfície
De ti próprio,
Venham os sonhos
E os anseios
E luz aos teus pensamentos.
Ampara-te á minha força
Mas lentamente,
Como tu sabes,
Deixa-me e continua só…
Não voltes para mim
O teu olhar…
Eu não vou chorar,
Não vou clamar,
Não vou reter
O teu caminhar!
Fico –:
Olhando o horizonte, ao longe,
Brilhando como o Sol
De outras eras,
Outras gerações.
Mas sei –:
Este é o Sol
Da tua própria vida.
E faço deste momento
Em que te vejo
Reflectido no que escrevo,
- Um tempo meu e teu –
Ele significa felicidade,
Vamos dividi-lo
Com outros caminhantes
E deixamos de ser
Criaturas Errantes!
Do livro: “Não Sei de Ti “
De Maria Luísa Adães