De Carlos Nascimento a 24 de Novembro de 2007 às 12:47
Pondo a leitura em dia…
Li tudo o que me faltava ler (no seu blog, é claro!), tudo de seguida, dum fôlego… Desde “O Verão” e “O Outono”, até às sereias e os golfinhos de “Os Filhos Esperam”, desde a sua Serra ao seu Mar. A sua amada Serra e o seu amado Mar.
O mar daquela serra, majestoso e infinito, cujos filhos (as sereias e os golfinhos), lhe acariciam e embelezam o sopé, incapazes que são de lhe sarar as feridas profundas que a sociedade, insaciável, lhe abre nas entranhas. O Portinho, deslumbrante... ou a Vila, agora tão descaracterizada mas ainda assim, uma deusa sobre a baía.
O Convento, franciscana aldeia, uma pérola noutra pérola, onde o seu evocado Frei Agostinho, minhoto habituado e conhecedor dos mais belos jardins naturais daquela região, se deixa apaixonar pelo misticismo que este lhe inspira, o jardim desta serra, a sua, a nossa.
Diz ele, na sua Elegia II (Da Arrábida):
"Alta Serra deserta, donde vejo
As águas do Oceano duma banda,
E doutra já salgadas as do Tejo:
…
Eis por cima da rocha áspera descem
Os troncos meio secos encurvados,
Eis sobem os que neles enverdecem.
Os olhos meus dali dependurados,
Pergunto ao mar, às plantas, aos penedos
Como, quando, por quem foram criados?
Respondem-me em segredo mil segredos…"
E ainda sobre a Serra e o Convento, (como quem dotes não tem, pode sempre citar!) de Sebastião da Gama:
“Vá sozinho, suba ao Convento, que é onde o espírito da Serra converge e como que ganha forma, leve, se quiser, os versos de Agostinho (bem-aventurado, que no-lo editou, o Professor Mendes dos Remédios!) e experimente como afinal é fácil estar a sós com Deus.”
Eu próprio amo aquela serra e aquele mar que me leva o olhar até ao infinito, e tantas horas passei, parado nela, a olhá-lo.
Quem me dera poder descrevê-los assim, mas… posso sempre usufruir do prazer de partilhar dos poetas a sua descrição.
CarlNasc
Agradeço o comentário "OS FILhos Esperam"; está escrito, como só um Poeta e um Amante da Serra podia escrever; então você é um poeta esquecido, não compreendido, não lido, não relido, como eu costumo dizer ... nas coisas que escrevo ... Mas é um poeta!... De sensibilidade e na forma de DIZER!
Sonho
deixa-me sonhar ...
não acordes o meu sentir,
não mostres a ilusão.
Deixa-me ser DIFERENTE,
viver como sou
E dá-me a Paz,
Ganha por mim.
Eu tenho esse direito ...
Maria Luísa O. Maldonado Adães / Novº. 2007
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