Imagem Internet / Salvador Dalí
A nossa festa acabou: trazias pedaços de luar nos Teus cabelos dourados,
Teu corpo macio e brando entregava-se com quebranto e langor…
Tudo terminou em cânticos de luz e louvor!
Recordo o banquete, preparado por mim – aquele sabor ao néctar puro
Das abelhas,
Favos amarelos – alvéolos trabalhados com fervor,
Vinhos, nos seus tons dourados e as flores perfumadas, ao longo do caminho.
Tudo tão simples ao longo desta vida, nunca antes contada.
Mas a simplicidade, não é o meu atributo maior e vou continuar como sou!
Quando for possível – arranjo outra festa e convido mais gente.
E despida de modas e trajes complicados – vou como em passerelle
E mostro meu corpo despido de fantasias – como escrevo meus versos ou minha prosa.
É uma representação abstracta, como um quadro pintado que só os críticos sentem
E sabem definir.
Jogo Xadrez – agrada-me essa espécie de jogo, mas sinto-me bem no meu mundo,
Escrevendo com amor para Todos e ainda mais, para aqueles que não gostam, ou
Não podem entender – mas não o confessam!
O teor desta carta fala de tantas coisas, contadas por mim e por Ti.
Nos ensinaram a vencer, a ganhar o Primeiro Lugar –
Mas nos foi dado o Último Lugar…
O Teu contar foi o mais belo – intimista, abstracto – quem dá por ele?
Os que passam e não lêem? E ainda aqueles que não passam…
Esses são os mais fáceis. Nada têm a dizer.
Admiro-Te com ternura, pela Tua solidão – Só Tua – E me deixares compartilhar o Teu estar no mundo.
Não estou mais só! Tenho-Te e escrevo por Ti…Apenas por Ti!
Maria Luísa
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