Terça-feira, 1 de Dezembro de 2009

ADORMECER

 

 

 

 Imagem internet / Salvador Dalí /  Entardecer/ Noite!

 

 
Quando ontem adormeci
Minha memória acordou
E se lembrou.
 
Quando ontem adormeci
Tudo se levantou
E tomou seu rumo.
 
Quando ontem adormeci
Me esqueci de ti,
Tu não esqueceste de mim.
 
Quando ontem adormeci
Me lembrei de partir,
Não sei de onde veio a lembrança.
 
Quando ontem adormeci
Vi figuras desconexas, perplexas,
Ao redor de mim.
 
Quando ontem adormeci
Tudo se aquietou no meu sentir,
De menina acabada de nascer.
 
Quando ontem adormeci
A noite era húmida e silente
E pingos isolados caíam, aqui e ali.
 
Quando ontem adormeci
Não esqueci o passado,
Lembrei o presente e sofri.
 
Quando ontem adormeci
Sonhei e vi meu amor,
Num jogo frio.
 
Quando ontem adormeci
Tudo se aquietou
E dormiu em mim.
 
E eu esqueci
Lembranças,
Temores,
Dor
E o sofrer,
Por tudo e por nada
Que tanto persegue
Meu sentir.
 
 
Alguma vez esqueci?
Ontem,
Parece que sim…
 
Meu amor
Íntegro, certo,
Te dedico meus versos.
 
 
Maria Luísa O. M. Adães
 
 1 de Dezembro de 2009
 
publicado por M.Luísa Adães às 12:59
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52 comentários:
De Mírtilo MR a 1 de Dezembro de 2009 às 22:38
Maria Luísa:
~
Antes de se adormecer, há, para muitos de nós, um mau estado mental de preocupação, ou de medo, ou de uma espécie de cavalgada desconexa, ou um bom estado mental de acalmia acompanhado por imagens agradáveis ... Tudo isto por não sabermos, ou não conseguirmos pôr em prática, como se deve adormecer em paz, ou em sossego, ou mais depressa. É que há certa teoria que defende que, ao deitarmo-nos para adormecer, devemos «fechar a torneira» dos pensamentos e das imagens, o que se torna possível, apesar de difícil.
Depois, ao adormecer-se, há todo um mundo complexo e até desconexo, sem limites: voltar a ser criança, ser-se outra pessoa, ser feliz ou infeliz, voar, ver fantasmas, gritar de pavor, morrer até, etc. Quando se «morre» ou o sonho nos deu outra infelicidade, é tão bom ao acordar sentirmos que tudo foi apenas um sonho.
O teu poema segue a linha dos demais, de verso curto e objectivo, realista, ainda que pareça um pouquinho fantasista, e é um bom poema, sem dúvida.

Um beijo para ti.
Mírtilo


De M.Luísa Adães a 2 de Dezembro de 2009 às 10:10
Mírtilo

Meu doce amigo e poeta dos poemas que escrevo.

Quando adormeço, me envolve sempre, o medo de adormecer.

Tal como tu, me aparecem imagens bizarras, oníricas, boas e más. Depois do adormecer e nos sonhos, eu sou a outra, muito nova, em lugares
desconhecidos, com pessoas que não me conhecem
e deambulo à procura de outro sonho - melhor.

E ontem ou no outro dia, não sei muito bem:

"Adormeci
E esqueci,

Lembranças,
Temores,
Dor
E aquele sofrer
Por tudo e por nada
Que tanto persegue
Meu sentir."

Mas acordei e tudo voltou...

Há sempre uma fantasia que me domina nos poemas,
mas traz com ela o desejo de ir mais longe, sempre
mais longe e chegar ao final do caminho e vislumbrar
um outro melhor.
Mas o sonho acaba, antes de encontrar o tal lugar.

Linda a tua prosa poética que tanto encanta o meu
sentir.
Obrigada pelas tuas palavras e tua presença.

beijos,

Maria Luísa


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