Ontem rumei à nossa Serra – subi aquele carreiro com degraus – estreitos e íngremes, cobertos de musgo a escorregar…ali estava a minha gruta; uma vela acesa e no ar o magnetismo e o mistério secular – como se orações e pensamentos retidos no tempo, ali me esperassem, para me ajudar e me falar.
Sentei-me junto ao Altar, na esperança, sempre crescente, de Te encontrar e escrever esta carta, Contigo – meu Amigo…meu Amigo… das horas calmas e mansas e das noites com luar.
Vou dar uma Festa! Resplandecente e quente! Repleta de magia e sensualidade!
Preparo o banquete – e És meu Convidado!
Esquecemos as críticas e os críticos, os que lêem e os que fingem ler…E é outra…
Diferente da primeira…parecida com a última...
Lança ao mundo, os meus livros,
Como símbolos e despidos de qualquer vaidade – somos livres de pintar os muros à nossa volta – e as flores surgem de mil cores, rodeadas do verde, não agredido, da nossa Serra e a nossa nudez é real e pura, misturada da nossa alegria.
Canto uma canção de amor!
É uma canção pagã!
E eles não entendem, este riso, esta alegria!
Podem esquecer, isto que digo!
Mas digo a verdade e agrido a mentira!
Tudo quanto escrevo veio comigo quando aceitei a Vida!
Reconheço as dificuldades em descobrir o lado certo…mas sou Poeta – como sabes – e não vou deixar de o ser, para agradar. E a festa quente e pura já começou…Quando chegaste!
Eis a nossa missão a ser cumprida e a felicidade acompanha as nossas danças no lugar Sagrado e embala-nos neste sonho e torna tudo realidade.
ENTÃO ISTO É REAL
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