Quarta-feira, 30 de Dezembro de 2009

Imagem Internet/ Salvador Dalí / Bom Ano de 2010
Eis a minha casa
O suor das frontes,
As palavras
Lembradas,
Neste instante.
Venho ao Terreiro
Despedir-me de vós
Amigos de Um Ano,
Alguns mais.
Não vou ficar quieta,
Vos quero enaltecer
Por tudo
Quanto me deste,
Num entardecer,
Ou anoitecer,
Ou noite avançada,
Ou amanhecer.
Há quem possa ouvir-me?
E se não me ouvirem,
Outros passam e me ouvem
Sem eu saber, ou pressentir.
Desejo a todos,
O máximo que alguém pode desejar.
Não podia continuar
De partida
Sem vos contactar
E deixar meu agradecer,
A Um Ano que está a passar
Veloz como o Vento
Veloz como o Tempo.
Muitos se aproximaram
Poucos se afastaram,
Esses não entenderam!
Aqui estou
E minhas flores
E meus amores,
Num vago rumor
De Fontes.
Imponderàvelmente para sempre!
Bom Ano de 2010.
Maria Luísa O. M. Adães
30 De Dezembro de 2009
Quinta-feira, 17 de Dezembro de 2009

Imagem Internet/ Salvador Dali
Ser poeta,
É subir
Planar
Voar
Esquecer
Lembrar.
Ser poeta,
É acolher todos
Quantos amam
Sua poesia
E agradecer.
Ser poeta,
É um dom adquirido
Quando nasce
E a leva consigo
Quando morre.
Ser poeta,
É voar às Estrelas
Trazer uma delas
E com ela,
Abrilhantar o mundo
E dar amizade
Utopia, amor
Magia, esplendor
Alegria
E tristeza também.
Ser poeta,
É ser árvore,
É ser estrada,
É ser sonho,
É ser Tudo,
É ser Nada.
Ser poeta,
É ser amor,
É subir escadas.
É cantar aos deserdados
Aos abandonados,
É ser esquecido
Vilipendiado
Espezinhado,
Mal entendido.
Ser poeta,
É ser humilde,
É ser mais Alto
É dar os sonhos
Que volteiam
À sua volta.
E aguardar
Que Deus o mande
Ajoelhar um dia…
Para o abençoar.
Ser poeta,
É ser o Tudo
E o Nada.
E não saber
Não lembrar,
Sonhar e esquecer
O sonho,
Somos todos de Cristal ao Vento!...
Maria Luísa O. M. Adães
17 Dezembro de 09
Sábado, 12 de Dezembro de 2009

Imagem Internet/ Salvador Dalí / Crowd/ Multidão
Eu estava contigo,
Caminhávamos por entre a turba
Nada nos prendia nesse caminhar.
De mãos dadas
Absortos na caminhada,
Respirávamos o ar.
A turba conturbava,
Fazia perder o ritmo
Da caminhada.
Mas nada importava,
Nem a turba
Que estorvava.
Olhando as estrelas
Nossa bússola,
Caminhávamos.
Procurávamos a Paz,
Uma e outra vez encontrada
Uma e outra vez procurada.
Perdidos na turba
Sedenta de encontrar,
Nós caminhávamos.
Indiferentes
Ao rolar da turba
Por entre nossos passos.
Procurando não perder
A estrela que nos guiava,
Caminhávamos.
Tudo se diluía ao passar,
Não olhávamos
E aceitávamos as palavras, usadas
A turba já cantava,
Não nos interessava
Nada mais contava.
Nem a turba que cantava
Nem os que fugiam,
Não nos pertenciam.
E continuávamos,
Seguindo a estrela
Que nos guiava.
A alma do sonho chegava,
As portas de ouro se abriam
E nós entrávamos.
Quietos e pálidos
Assombrados
Mistificados
Perdidos
Sem terra
Sem estrelas
Olhos fechados
Sem abrigo.
Símbolos e enigmas,
Nós estávamos presentes
A turba faltava.
Maria Luísa O. M. Adães
Dezembro de 09
Segunda-feira, 7 de Dezembro de 2009

Imagem Internet/ Salvador Dalí / Surrealismo
O amor não dá
Para intelectualizar,
Dizer que não sente
Dizer que não quer.
Isolada no Espaço Infinito
Te encontro, te amo
Te dou meu sentir
Por um instante.
E torno a ser o que sou
Esquecida do que dei,
Esquecida do amor
Pelo qual supliquei.
Mas tu não entendes
E quem entende?
Pensaste em loucura
Por ti
E te enganaste
Por mim.
Há um lábio que sussurra
Sem palavras,
Secular nas vigílias
Do meu andar,
Por montes, vales, precipícios,
Por desencontros.
Eu sou o teu amor,
Tudo o resto é fantasia
Do que nos resta.
E a rosa caiu
Do meu coração vencido,
Pelo intelectualizar
Da partida…
Por mim,
Por ti,
Por eles.
Em vão te escuto,
Mas nada posso mudar
E o Adeus caiu
No Mar.
Deixo um poema
A me lembrar.
Maria Luísa O. M. Adães
7 Dez. 09
Terça-feira, 1 de Dezembro de 2009

Imagem internet / Salvador Dalí / Entardecer/ Noite!
Quando ontem adormeci
Minha memória acordou
E se lembrou.
Quando ontem adormeci
Tudo se levantou
E tomou seu rumo.
Quando ontem adormeci
Me esqueci de ti,
Tu não esqueceste de mim.
Quando ontem adormeci
Me lembrei de partir,
Não sei de onde veio a lembrança.
Quando ontem adormeci
Vi figuras desconexas, perplexas,
Ao redor de mim.
Quando ontem adormeci
Tudo se aquietou no meu sentir,
De menina acabada de nascer.
Quando ontem adormeci
A noite era húmida e silente
E pingos isolados caíam, aqui e ali.
Quando ontem adormeci
Não esqueci o passado,
Lembrei o presente e sofri.
Quando ontem adormeci
Sonhei e vi meu amor,
Num jogo frio.
Quando ontem adormeci
Tudo se aquietou
E dormiu em mim.
E eu esqueci
Lembranças,
Temores,
Dor
E o sofrer,
Por tudo e por nada
Que tanto persegue
Meu sentir.
Alguma vez esqueci?
Ontem,
Parece que sim…
Meu amor
Íntegro, certo,
Te dedico meus versos.
Maria Luísa O. M. Adães
1 de Dezembro de 2009