Sábado, 26 de Setembro de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dalí / corde pulsum tangite...
Espera! Sossega!
Esta eu sou – a que procura,
A que sabe encantar
Amar o teu olhar
E fazer sentir-te bem,
Junto dela.
Esta eu sou – tu conheces
Ou pensas conhecer,
Mas pouco a escutas…
Quando fala o seu dizer.
Esta eu sou – a que chora,
Pede alento
Te ama tanto.
E tu indiferente,
Olhas em frente!
Estou a teu lado
Não te quero tocar
Espero o teu olhar.
Mas tu indiferente
Olhas em frente!
Continuo a tentar
Chamar e abraçar
Abarcar o vácuo,
Do teu olhar.
Que mais posso fazer?
Dizer ou esquecer?
Subo as escadas
Exangue,
Dolorida,
Esmorecida.
Olho para ti lá do cimo
Chamo por ti em tom brando,
Tu não respondes...
E indiferente,
Olhas em frente!
Espera! Sossega!
Esta eu sou – a chamar-te
Numa tentativa de te amar
E tu não respondes,
Continuas sem responder
Continuas indiferente,
O olhar em frente!
Quanta procura,
Quanta ânsia de loucura
E tu continuas,
Sem nunca me olhares!
Espera! Sossega!
Deixa de olhar em frente
Repara,
Eu estou a teu lado!...
Maria Luísa O. M. Adães
Domingo, 20 de Setembro de 2009

Imagem Internet / Salvador Dalí/ Est affectus!
Nada se concretiza
Neste mundo!
As alegrias,
As mágoas,
Os sofrimentos,
A dor.
Nada se concretiza!
Tudo é efémero
E faz parte da ilusão
Da chamada Vida,
Acredita.
Nada se concretiza!
Tudo é ilusão
De ser
De viver
De amar
De morrer,
Tudo é ilusão.
Eu sou ficção!
Não te prendas
Ao que escrevo,
Nada de prisões
No teu sentir
No meu sentir.
Deixo cair de minhas mãos
Descuidadas,
Os meus anseios
E amores mais caros
E não me incomoda.
Nada se concretiza!
Acredito na chegada,
Acredito na partida,
Acredito em mim
E por vezes, em ti.
Mas não concretizo nada!
E nada peço,
Nada tenho a pedir!
Mas amor, eu dou!...
Maria Luísa O. M. Adães
Terça-feira, 15 de Setembro de 2009

IMAGEM iNTERNET / Salvador Dalí / Agony of Love.
Se amar fosse meu desejo...
Tanto eu teria amado
Na minha passagem
Por este mundo
Que julguei amar.
Se amar fosse meu desejo…
Eu teria feito tantas coisas boas
Imaginaria e viveria,
Dessa imagem do amor
Incontestado.
Se amar fosse meu desejo…
Eu seria outra diferente da última
Saberia viver
E agradeceria à vida
Tudo,
Quanto ela me tentaria dar
E eu não saberia aceitar.
Se amar fosse meu desejo…
Eu teria prendido com meu fogo,
O meu amor com meus beijos
E não o deixaria voar
Para outro lugar,
Outros abraços,
Outros beijos
Que não teriam
O fogo ardente
Do meu modo de beijar.
Se amar fosse meu desejo…
Tudo estaria a meu contento
E eu saberia entender.
Se amar fosse meu desejo…
Eu te prenderia nos meus braços
Te cobriria de meus abraços
E te daria,
O meu mundo de presente.
Se amar fosse meu desejo…
Tu ficarias para sempre,
Nunca me abandonarias
E me amarias muito
E muito mais.
Se amar fosse meu desejo…
Eu te levaria á minha Estrela
Que brilharia no Espaço
E faria amor contigo
Nesse lugar iluminado,
De corpos nus entrelaçados
E haveria relva fresca
Para ti e para mim,
Eu a encontraria
E a Estrela brilharia muito mais.
Se amar fosse meu desejo…
Tudo seria diferente
Do que vejo!
Maria Luísa O. M. Adães
Quarta-feira, 9 de Setembro de 2009

Imagem Internet/ Salvador Dalí
Percorro Caminhos
Dou voltas ao mundo,
Distancio-me de lugares
Volto aos mesmos lugares
E tento encontrar
Amor, nesse deambular.
Dou voltas ao mundo,
Mas de que me serve?
Não dou a volta à Vida
Tento viver e descubro,
Não sei viver!
Dou a volta à Vida
Mas isso é ilusão perdida
A Vida não deixa voltar.
Percorro o mundo
Regresso ao meu lugar,
Dou a volta à Vida
A Vida não deixa voltar.
E descubro que nada sou
E descubro que nada tenho
E descubro que tudo quanto tive,
Entreguei ao mundo
Devolvi à Vida.
Isso, hoje, eu sei
E estou convicta
Do que sei!
Não sei viver
Nunca conheci o mundo
Nunca encontrei a Vida.
Apenas me encantei
Com coisas diferentes
Que olhei e amei.
A ilusão perdura
Nas voltas constantes
Que dou,
Para apaziguar
Uma angústia latente
E não voltar.
Percorro caminhos
Dou voltas ao mundo
Mas não dou,
Voltas à Vida.
E perdi o amor,
Nesse caminhar!...
Maria Luísa O. M. Adães
Domingo, 6 de Setembro de 2009

Lutei e perdi
A minha luta
E tão bom seria ganhar
Essa luta.
O mundo não ajudou
E perdi…
Por falta de amor
Ao que vi.
E regressei
De mãos vazias,
Alma partida.
Amei sem dúvida,
Mas perdi…
A vida é cheia de renúncias
E eu mais que ninguém,
Conheço e reconheço
Essa renúncia.
Uma vida inteira
A lutar,
Uma vida inteira
A perder.
Mas me parece
Que a minha luta
Vai continuar
E eu vou perguntar
Sempre,
Porque perdi?
E porquê perguntar?
Continuo a acreditar
Em mim,
Sempre em mim!
E na minha
Forma de lutar.
Maria Luísa O. M. Adães
Em resposta
Ao Poema, "Abandonados"