Sábado, 28 de Março de 2009
Imagem Internet/ Salvador Dali
Onde se reflecte ódio
E abomina amor.
Ele não amava
Nada sentia por mim,
Mas não esquecia
Que se vingava
De forma fria
De alguém
Que o amava.
Ele sabia!...
Mas com alegria
Nefasta e rude
Perseguia e matava,
Sentimentos,
Alegria,
Amor,
Vida
E a luz que iluminava.
Ele sabia!...
E tarde, muito tarde
Entendi
Que apenas eu dava
Que apenas eu amava.
Mas ele sabia!...
Mas dizia:
_ Falas,
Magoas,
Dizes irrealidades
Menos boas,
Mas não reflectes
Qualquer verdade.
Ele sabia o que dizia
Ele sabia!...
Ouvi e calei
Chorei e senti
A mágoa de quem parte
Sem saber que parte
E esgrime palavras insanas,
Onde se reflecte ódio
E abomina amor.
Mas ele sabia!...
Soube sempre o que dizia
Eu nunca quis acreditar,
Continuava a amar! …
Maria Luísa Adães
Domingo, 22 de Março de 2009
Imagem Internet / Salvador Dali
Quando te amo,
Nasço e morro
Renasço de cinzas
De rosas queimadas
De fogo ateado
Nas árvores dispersas.
O teu lado,
O meu lado,
Escondendo
O teu corpo e o meu,
Das minhas fantasias
De poeta.
E subo, como poeta que sou
Ao Altar do sacrifício,
Olho numa despedida
A Via-sacra,
Como a subida de um justo
Na hora da partida
A procurar o lugar,
Onde se propõe descansar.
Eu olho, sem saber quem sou
Sem saber quem procuro
Sem saber onde vou...
Mas olho, por detrás das árvores
A cobrirem nosso espaço,
Nosso espaço de amor
Nossa cama floreada
De mil cores
Nosso respirar ofegante
A descansar,
Da luta do instante.
Abro meus olhos
Enquanto dormes
Enquanto descansas
Dos jogos de amor,
Ensinados por mim
Aprendidos a primor
Por ti...dormes, descansas.
Eu olho o submerso,
Onde tantos se debatem
E se prendem
Sem salvar.
E desço, uma vez única
Para escrever meus versos
E dar a saber,
Àquele que se perdeu
No Caminho de regresso.
Volto ao meu mundo,
Por ti, adormecido
E por Eles!
- E Eles sabem?
- Não, não sabem.
Mas não importa saber!
Importa é que volto por Eles
E por ti, meu Amor!
Maria Luísa Adães
FreeStyle/ ao poema "Quando te amo..."
"Amar é"
Como ter um anjo ao lado
E passear com ele, lado a lado.
Tu...
Com o narizinho frio,
abotoado dentro desse casaco
Eu com o vento nas costas...
é como proteger-se do mundo
e de um longo Inverno.
Amar é...
Os lençois onde deixas o teu perfume.
Amar é...
Fazer amor aqui...
onde as estrelas só podem olhar
se formos nós dois.
Dois como os teus olhos
que são estrelas só minhas
e um abraço onde trocamos
o teu amor com o meu.
Vês meu amor...
O tempo é incolor
e move a vida à nossa volta,
assim como move o mar.
Amar é...
Às vezes o que fica parado
numa fotografia.
Tu em primeiro plano
e atrás um céu descolorido,
eu ao teu lado com uma expressão
a querer dizer:
não te deixarei nunca!
Se amar é...
Respirar os dois o mesmo respiro
- como fazias antes de me conhecer?
Amar é...
tu apontares o dedo no meu peito
e fazeres um desenho
o desenho de um coração,
o teu coração sobre o meu.
Amar é...
Como uma dança lenta
e a música que soa é vida,
é a dança das almas entrelaçadas.
Amar é...
Os teus cabelos que enxugam
o meu rosto
é : - Como estás, meu amor?
Amar é...
Dizer sim...
é como uma Igreja,
onde lá no fundo...
Vem um véu branco
ao nosso encontro.
É um voo de cegonhas
num campo verde.
É : dorme bem meu amor!
Vês meu amor...Deixa que o tempo
mude tudo à nossa volta
e que entre nós seja sempre
como se fosse,
o Primeiro Dia.
FreeStyle ao poema "Quando te Amo..."
Maria Luísa Adães
Quarta-feira, 18 de Março de 2009
Imagem Internet / Salvador Dali
Nem sempre se fala de amor,
Nem sempre se fala de nostalgia,
Nem sempre se fala o que se pensa,
Nem sempre se fala o que se sente,
Nem sempre se vive de euforia!
Nem sempre!
Apenas tu existes
No meu dizer de poeta,
Apenas tu me chamas de poeta,
Apenas tu sabes que sou poeta,
Apenas tu…e ninguém mais!
Nem sempre existo!
E vivo no encontro e desencontro
Do que sou,
Vivo da minha ilusão,
Vivo da minha insensatez
E da minha lealdade
Que ninguém sabe
Que ninguém vê
Que ninguém sente
Ou pressente,
Este meu dizer…
Nem sempre!
Tentem lembrar este meu canto,
Tentem apreciar
E não esquecer
Q que não vê
O que não sente.
Nem sempre, assim é!
E a solidão e a luz da noite,
Cobrem com seu manto
Os céus e as estrelas
De quebranto…
.
Nem sempre!
Apenas eu fico,
Apenas eu espero,
Apenas eu suplico,
Talvez por ser poeta
Esquecido!
Nem sempre, eu sou!
Mas fico sempre esperando
Até àquele dia,
Perto ou distante,
Onde te possa encontrar
Beijar e amar
Sem parar,
Como se o meu mundo
Fosse morrer,
Naquele instante.
Nem sempre sinto,
Nem sempre!
E eu morro,
No desejo
Do meu Canto.
Nem sempre, eu morro!
Tudo o resto,
É poeira
E ar.
Mas nem sempre
Eu reparo,
Naquele instante.
Tento olvidar,
O meu dizer
De poeta
Por algum tempo,
O Teu Tempo...
E esquecer!
Maria Luísa adães
Quinta-feira, 12 de Março de 2009
Alguém me confiou,
Alguém me contou,
Alguém me falou,
Do meu amor por ti
Do teu amor por mim
E da confiança que nos juntou.
Aprendi a viver assim!
Aprendi a confiar
Sem te conhecer,
Sem heroísmos.
Agora eu sei, um pouco mais…
A confiança nos juntou,
A confiança nos elevou,
A confiança nos envolveu,
A confiança nos casou!
Tornou-se num sentimento
Ardente,
Num Jogo de Amor presente,
Nunca abandonado
Nunca olvidado.
Agora eu sei, um pouco mais…
Anos de confiança radiante
Tempos de confiança delirante!
E ao partir, levo comigo
O que aprendi contigo!
A Confiar no reencontro
Como Almas Gémeas
Que se amam,
Beijam e transformam
O rodopiar do instante
Confiante,
Num Novo Dia!
Maria Luísa Adães
Quarta-feira, 11 de Março de 2009
Imagem Internet / Salvador Dali
Ela amava a solidão,
Depois de esgotar o amor
E a Fonte desse amor.
Recolhia-se ao lugar escolhido,
Na colina silenciosa
E a água corria temerosa.
Orava nessa solidão,
Num silêncio que se renova
E retorna consumado, nessa prova.
E brotavam dessas águas,
Dessa Fonte que falava
O amor esperado e encontrado.
Longe da multidão,
O som alegre titubeante
De quem não estava.
E a calma silenciosa,
Da solidão vivida a dois
Como se fossem um só.
Os envolvia nessa tarde sinuosa,
Onde se cantava ao longe
E ali se amava no final do dia.
E a sombra descia,
E os encantava
Em novos jogos de amor.
E a água da Fonte escondia,
Os outros sons que se ouvia
E o grito rouco que gemia.
E jogavam como sombras,
Num mundo de magia
Num términos de nostalgia.
-Que belo final do dia,
Tu me deste meu amor
E eu te dei tudo, como sabia…
E tu gostas deste amor,
Desta fonte de água fria
A gotejar bolhas fugidias.
A aparecer,
A acabar,
A cintilar,
A esmorecer
No Final
De um Novo Dia!
Maria Luísa Adães
Domingo, 1 de Março de 2009
Salvador Dali - Imagem internet
Ouvi falar da tua transformação,
Ouvi dizer do teu afecto por mim!
Ouvi o teu pensamento,
Apanhei-o nas asas do Vento
E soube dos limites do meu tempo!
Ouvi de ouvidos fechados,
Ouvi com as minhas dificuldades
E não gostei dessa verdade!
Ouvi o canto de várias vozes,
Ouvi os ecos do silêncio a dizer:
- Eu estou aqui!...
Ouvi o Rouxinol Persa e das Índias,
Ouvi com este ouvido
Que se perdeu no burburinho do mundo!
Ouvi a mudança da voz do vento,
Ouvi a mudança da minha voz
Louca, envolvente, a lembrar o Oriente!
Interessa-me a Eternidade
À qual não posso fugir,
Mas acredita…
“ Gosto de viver “!
Não me tires esta ânsia,
Esta alegria que eu sinto
Quando te vejo ou te pressinto!
E te peço –:
Ama-me,
Como da primeira vez!
Maria Luísa Adães
Família Maldonado/ Brasão