Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2009
Evelyn de Morgan / imagem Internet
É tudo imaginação?...
Mas não é,
É tudo memória!...
Eu digo,
Tu finges não entender …
E assim não aceitas
Esta forma de dizer!
Não aceitas o cantar
Destes versos,
Não aceitas o amor
De quem os canta …
Não aceitas!
É tudo imaginação
Dizes tu!
Não, não é …
É tudo memória?
Não, não é …
Queiras ou não
É o nosso viver,
De coisas esquecidas
Adoradas,
Amadas,
Perdidas …
Eu sei amar,
Eu sei aceitar,
Eu sei acreditar
E …de forma só minha,
Chego ao teu altar!
E tu não aceitas
Eu nada dizer …
Fazer do silêncio
Um Escudo de entender,
Apenas chegar ao teu lugar
Te abraçar, te amar e calar
O meu sentir
E mais tarde
… O traduzir
Nos versos meus!
Não aceitas!
Mas sabes …
É tudo memória!
E só ela transmite para mim,
Mas eu transmito para ti
As palavras tímidas
De quem gosta
Do amor,
Da entrega a esse amor
E do silêncio protector
Dessa mesma entrega.
Esse amor,
Veio para servir
Morrer
E esquecer …
E depois de tudo isto,
Apenas tu existes!
E pergunto:
...Quem és tu?
Não há resposta! …
Maria Luísa Adães
Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2009
Nesta forma de escrever, fujo à contagem
da palavra a condizer, com a anterior.
As minhas palavras são livres e espontâneas,
formam figuras inquietas, num cenário natural.
Alguém pergunta: - não é clássica?
Eu não respondo …
Perguntas de quem não entende,
A essas, eu não respondo …
Deixa-me acreditar
Que tudo isto é verdade!
Deixa-me ouvir
Censuras inesperadas,
Deixa-me pensar
Que tudo vai acontecer
Como eu espero,
Deixa-me brindar
Ao que os outros
Não conhecem
E não sabem
E não podem saber!
Deixa-me acreditar
E não vacilar,
Deixa-me jogar este jogo
E ganhar
Deixa-me voar
E regressar
E não sofrer
Nesse regresso!
Deixa-me esquecer,
O Mal disfarçado de Bem
E não reconhecer
Um, ou o outro …
Deixa que isso aconteça!
Por favor …
Deixa-me esquecer,
A insensatez
Na qual acreditei,
Deixa-me ter a coragem
De não recordar,
Os que por medo
Me esquecem!
Deixa-me ficar em Paz,
Escutar o que dizem
E esconder o meu dizer!
Deixa-me ser como gosto,
Repudiar algemas
Continuar o caminho
Escolhido por ti
E aceite por mim!
Deixa-me confiar nos sonhos,
Como os entendo
E os sinto
E ser submissa
E humilde
A esses sonhos!
Deixa-me envolver
O meu corpo no teu,
A tua mão fresca na minha
E sorrir! …
Deixa-me entregar,
Todo o meu ser
E gritar bem alto
À liberdade
Escolhida por mim!
Deixa-me viver,
Este amor louco e profundo
E mostrar ao mundo
Este amor escolhido
E adorado por mim!
Deixa-me ser espontânea,
Sem medos do entardecer
Sem medos da própria vida
E do final,
Dessa mesma vida!
Recuso o acabar desta Carta!
Fico dentro dela,
A viver num recanto
Com Ela
E esperar o teu amor
E viver com Ele
E para Ele
E nunca acabar!...
Eu nada sou!...
Ou sou, um pouco mais
Contigo!
Maria Luísa Adães
AMOR – I
Hoje idealizei o Amor,
O amor que não esquece
E aquece tudo à sua volta!
Hoje eu esperei o Amor,
E me deu um novo mundo
No meu sentir!
Hoje senti, a necessidade
Urgente do Amor,
Para além das fronteiras!
Hoje escrevi sobre o Amor
E ouvi o murmúrio dos ecos
Desse Amor!
Hoje idealizei tudo,
Vestido de Amor
E Ele passou ao mundo!
E comigo
E para todos,
Tomou a forma física
Do Amor!
Amor profundo,
Amor quente,
Amor corajoso,
Amor sublime,
Amor generoso!
Hoje te dei tudo,
Em troca do Amor
E do calor humano!
Hoje te dei o Amor
Para salvar o mundo,
Composto de crianças
Homens, mulheres ausentes,
Dessa PALAVRA.
Que não se traduz,
Nasce…noutro lugar…
E perde-se no caminho
Das Fronteiras …
Fechadas ás súplicas
Dos deserdados,
Do Amor...
Maggie/ Amor!
Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2009
Fiz tudo quanto me foi dado fazer?...
Perdi-me nos tropeços do caminho
Para te ver,
Fragilizei a minha batalha
Por confiar em ti!
Esqueci as minhas unidades de defesa
E fiquei isolada em campo aberto
E não espero a compreensão
Dos exaltados,
Ansiosos e sedentos de esgrimir!
Afastei-me do mundo sem temor
Mas com mágoa,
Criei um espaço invisível
Onde vou esperar o meu regresso
E quero regressar!
Por ti,
Por mim,
Por todos.
Procuro o meu jardim,
Onde chegam as luzes da cidade
E as músicas plangentes
Que tocam instrumentos calados.
Contemplo as flores
De várias cores…
Encontro nelas a beleza
Dos meus sonhos,
Encontro a frieza
Dos meus enganos…
Ajuda-me a chorar!
E o meu olhar lavado
Se torne mais vivo,
Até chegar à alegria e ao riso.
Vibro em todo o meu ser
E não esqueço os que me amam
Aqueles a quem amo
E a ti meu amor,
A ti que me foste dado
Nesta Terra prometida
Que nos foi oferecida
Para nos amarmos
Desejarmos
E vivermos,
O que nos for dado viver!...
M. Luísa Adães
Sexta-feira, 6 de Fevereiro de 2009
Jean Delville / Imagem internet
Quero amar-te mais
E sempre mais,
Dar-te o corpo e a alma,
Mas não dou as Palavras …
As palavras são minhas,
Só escrevo o que quero
Só digo o que posso dizer
Tudo o resto,
É fantasia tua e dos outros.
Só eu sei dos meus silêncios,
Das minhas dores,
Dos meus sofismas,
Só eu sei!
Mas quero amar-te
Acima de todas as dúvidas,
Acima de todas as intolerâncias,
Acima dos legados
Dados por mim
E alguns recusados!...
Apenas tu existes
No meu sentir!
Acredita,
Aproxima-te,
Vem até mim
E saboreia o encanto
Do Poeta que tudo dá
Que tudo canta,
Em horas mortas
E acorda em horas vivas,
Num outro Lugar.
Mas acredita, neste amor
Maior do que o tempo
Que nos resta …
E vem, sempre e sempre
Uma vez mais
E saboreia a ternura subtil
E quente,
Deste vulcão que canta
E se expande de seguida
E usa as Palavras
Do meu encanto!
Mas não sou tua
Nem de ninguém,
Apenas a contradição
De mim mesma!
E existo nas palavras que digo
E que escrevo
Tudo o resto é silêncio
E vozes caladas!
Mas amo-te!
Tão diferente o dizer…
Daquilo que se faz
Com outro intento
E é tormento,
De amor e desejo
Ao mesmo tempo …
Maria Luísa Adães