Quinta-feira, 27 de Novembro de 2008
No Silêncio!...
Na calma e no silêncio da noite…
Voltada para a inteireza, para a consequência prática,
Para a pureza interior, eu escrevo para todos os Amigos
Que me acompanharam, ao longo de um Ano.
Para eles, recordo a sua assiduidade em ler e reler o que escrevo
…e agradece a todos, dia após dia …
“Mais um dia!”…
Hoje, acordei cedo e comecei a recordar
Aquele tempo abstracto,
Misturado com o instante presente.
Hoje, havia estrelas no infinito
Aguardando este dizer,
De nostalgia.
Hoje um poeta dizia
Que “escrever é uma vontade
E também, um caminho solitário”.
Hoje, lembrei a palavra “ gratidão”
E recordei pouco merecer,
Essa palavra – não minha!
Hoje, deixei de estar triste
Esqueci a indiferença
E fiquei Livre!
Hoje, não encontrei
O eco da minha voz,
Apenas trovões ao longe
A desfazerem os pensamentos
E a taparem o eco da voz.
Hoje, idealizei amor
No caminho do mundo
E gostei!...
Hoje, dei vida
Aos sentimentos bons
E fiz deles amigos,
Conversei, brinquei, sonhei,
Juntei alegria
A um novo realismo,
À sublime evidência
De não haver necessidade
De ser provada
Esta verdade – minha e tua!
Onde estavas que não te via?
Onde estavas tu?
E te esquecia...
Não podia! …
Hoje, contigo, acreditei
No final da Saudade…
Hoje, esperei a hora mágica
Do poente e te dei, o meu amor
…só nosso!
Prometi e não esqueci
E não contei do dizer,
…só nosso!
Hoje, venci os obstáculos dos silêncios,
Como sempre esperei…
Hoje, testemunhei o nosso viver,
O prodígio de um abandono passivo
E mostrei a vivência – só nossa!
Hoje, vamos vencer
E darmo-nos ao mundo.
…só os dois!
Hoje, deixamos o errante
De quem procura
E não esconde
Essa procura
E encontra a razão,
Do seu viver
Difícil de entender,
Mas …só deles!
Procuramos os amantes e os poetas
E dançamos, cantamos,
Este canto de quem procura
No Final de tantos anos
…só nossos!
E encontra... nessa procura!
Sábado, 22 de Novembro de 2008
Imagem Internet - Jean Delville
Ela falava,
Ela dizia,
Ela cantava,
Ela clamava,
Ninguém a ouvia!
Ele entrou,
Ficou,
Interessou
Por esse falar…
Chamou
Este e o outro
E a Sala transbordou …
Ela continuava a falar!
Agora, havia Alguém
A escutar …
Dizia do Vento que soprava,
Dizia daquele a quem amava
E sorria,
Enquanto cantava
Melodia de palavras
Feitas de encontros atrevidos,
Num estar imperfeito
Sem estar desiludido.
E todos escutavam
E se encantavam!
E o tempo passava
O dia escurecia,
A noite chegava
E tudo apagava,
Mas ela falava
Os outros escutavam
E sorriam
Do que ela dizia
E ninguém entendia
E ela continuava a falar
Sem se importar,
Com a Sala cheia
Ou vazia,
Ela entoava
Uma espécie de Poesia…
Era uma forma
Que a protegia,
Na incomparável
Superioridade absoluta
E lhe atraía no recôndito
De si mesma,
Os de Boa Vontade
Que a ela se mostravam …
E o dia apagava
A noite chegava
A voz falava...
Eu, também, lá estava!...
Maria Luísa Adães
Resposta de "TROVADOR" ao Poema "ELA!..."
"Que pessoas não entendam
É compreensível."
Doentes dos olhos e dos ouvidos
Não compreendem nem o mundo
quanto mais poemas!
Quanto mais a melodia
de majestosa voz
mas o que ela diz não se perde
Peguemos as palavras no ar
Como borboletas
E teremos dessa moça
ao caír da noite escura,
sua voz a nos embalar o sono
E o Sonho... "
Sexta-feira, 14 de Novembro de 2008
Look at the other side...
Olhei
E não te reconheci
E tanto te amei
Num amor sensual,
Ocasional,
Vazio…
Em mim, havia amor,
Eu era
Fogo e Terra
Nesse amor,
Mas tu …
Não tinhas aquele amor
Que ressalta
Que prende
Que ressuscita
E torna a noite
Em dia
E não deixa descansar…
Em ti não existia amor!
Apenas o sentir
De um encanto
Feroz e agreste
E depois o acalmar
E retornar sempre,
Até um dia
Não voltar…
Passou…
Nada ficou
E no fundo de mim mesma,
Bem no fundo,
Reconheci
Que não te tinha amado,
Apenas desejado!
Em ti não havia amor
Em mim,
Não sei que se passou
Nada ficou
Nada deixou!
E quando te vi
Não te reconheci …
Esqueci! …
Maria Luísa Adães
Sábado, 8 de Novembro de 2008
MAGGIE
- Cocker Spaniel da Quinta do Bosque
Azeitão – Portugal
Meus amigos - vos apresento a Maggie, da qual vou falar, palavras breves e dizer quanto a amo.
A Maggie é branda e suave, mas algumas vezes sai da sua vida anónima e torna-se brusca – mas sempre por qualquer razão forte – e volta à Paz da sua vida.
Não há raivas, maldades, desejos de vingança.
É ainda, uma cadelinha carinhosa, gulosa, vestida de branco, malhada de preto
Maggie está apresentada aos meus Amigos!
Vou escrever aquela carta que te prometi; chegou a hora de o fazer!
Pedi um novo Estatuto, uma espécie de Lei – pedi e aguardo a resposta.
Em segredo – num dizer macio como o veludo – roguei – esta é a palavra certa!
Roguei a Deus, uma Alma para ti e ainda que possas preencher, sempre, os vazios dos recantos escondidos da nossa casa.
Exulto com a ideia, mergulho no mar e venho à superfície como um golfinho que
Pertence à terra e ao mar e assim, espero a resposta, à minha carta.
Chega a manhã, das muitas manhãs e um Mensageiro toca à janela da nossa casa
E Ele diz:
- Maggie foi-te dada uma Alma! Deixaste de ser uma cadelinha qualquer … Inquieta-me a falta de amor no mundo – mas tu tens dentro de ti, todo o amor e em troca nada pedes … pediu a Maria Luísa por ti e eu ouvi … e levei a mensagem ao “Senhor de Todas as Coisas”.
Talvez, por teres tanto amor e seres natural e pura – tenhas tirado ao mundo, sem ser por mal, algum pedaço forte desse amor … Daí, a falta de amor no vosso mundo.
O Mensageiro partiu e eu agradeci por ti,
Levantei-me e saí
E senti este amor a crescer,
Dentro de mim
E pensei,
Venceste a “solidão”,
Foi-te dada a Eternidade
Num outro jardim,
Com bichinhos e flores
De vários tamanhos
E todas as cores.
Dás ao mundo,
Uma lição de Amor
E de Perdão.
Te agradeço Maggie por tudo quanto nos deste,
Por tudo quanto fizeste
Com esse Amor…
Tens 16 anos de idade, o meu encanto e o meu Legado!
Vamos continuar, mais fortes
Para um dia aceitar
O que se nos deparar!...
Com ternura,
Maria Luísa
Sábado, 1 de Novembro de 2008
Dois personagens encontram-se e conversam …
Eu pergunto:
- Onde nasceu
O Mal?
Quem o deixou
Entrar …
E olvidou o amar?
Quem?...
Existe raiz e semente
Ou não existe Nada
Que contente
Quem o encontrou
E o deixou entrar?
Tu dizes:
- Não existe
O Mal!
E eu questiono:
- Então porque temes
O que não existe?
Espero o teu responder!
Espero…
Ou o mal vem de nós
E nos tortura o coração
E nos tira a ilusão
E nos dá a solidão
E nos afasta
Do encontro
Do nosso Amor
Como um quebranto?
Quem nos afasta
Do erro?
A vida,
O saber,
A luz,
O iluminar
De inteligência
Dominante?
Sabes?
Dizes que sabes
Responder a tudo…
Se sabes
E não me dizes …
Tu és o Mal! ...
Terminou o nosso encontro!
Não te quero mais! ...
Maria Luísa