Terça-feira, 29 de Julho de 2008
Deixa que estas palavras atravessem o Espaço
E dá-me a Alegria imensa de Viver!
Embalei as palavras
Na minha mão
E joguei,
Um último jogo
Feito de tudo quanto sei
E tudo quanto sou!
Alinhei as palavras na mesa
Vestida de Cerimónia
E Elas correram céleres
Para a Grande Vitória.
Fiz o jogo que sei jogar!
Juntei às Palavras
As Figuras do meu jogo
E elas responderam com ansiedade,
Ao meu desejo,
Juntaram-se … Dominaram!
Deixei esta ânsia de dizer,
Neste sentir de Outono a fenecer.
Tudo vai ser esquecido,
Como se da Noite
Se apagassem as últimas Luzes,
Feitas das lantejoulas
Do Firmamento a escutar!
Jogo, sem ter o desencanto
De quem perde…
É uma benesse a recordar,
É uma mistura de palavras e figuras
E acompanha o Espaço Sideral,
Num conjunto de doacção Total!
Jogo com as palavras e as figuras
Num jogo Ancestral…
Por Ti e por mim
Meu Amor,
Este Jogo Fatal
Irreal,
De quem procura e não encontra,
A parte FINAL!
Maria Luísa
Segunda-feira, 21 de Julho de 2008
Jogo o meu jogo,
Num mundo meu e teu
E de tantos outros …
Jogo o meu jogo de palavras
Nem sempre amadas,
Nem sempre entendidas,
Nem sempre benévolas,
Nem sempre amáveis…
Vivas,
Vibrantes,
Calmantes,
Meigas,
Saltitantes,
Como a vida
Por nós procurada
E por vezes… Encontrada!
E tantos me aceitam
E tantos me repudiam
E tantos me esquecem
No clamor do dia
E da noite de luzes…
…A acender e a apagar!
Mas continuo o meu Jogo de Palavras!
E aprendo outro jogo,
O jogo de entender os outros
E olhar esses outros,
Como se eles fossem os parceiros,
Do meu jogo …
E amo-os como Amigos,
Como Irmãos,
Como Luz,
A acender … apagar
E a Noite a chegar…
E volto a jogar
Com Eles!...
Meus Amigos,
Meus Irmãos.
Homenagem,
aos que longe e perto...
Me procuram!
Maria Luís
Domingo, 13 de Julho de 2008
Um narrador:
dois poetas, num único poeta...
Vivem da ilusão do seu estar, no Mundo!
Maria Luísa
Eu não procuro Nada!
Tudo nos foi dado,
Nada ficou...
Tudo foi atraído
Às nossas Vidas.
E recebemos tudo ...
Sem clamar,
Sem fugir,
Sem lutar,
Apenas aceitar
E caminhar,
De pesadelo em pesadelo,
Difícil de suportar!
E o poeta queixa-se ...
Deixá-lo queixar-se!
Que importa?
A poesia tudo vai mudar!
O seu estar,
O seu pensar,
A sua forma de olhar,
O seu modo de encantar,
Tudo vai mudar!
E eles,
Pobres coitados
Sem reparar,
Continuam a cantar,
A escrever,
A amar,
Sem perceber ...
O seu Mundo vai terminar!
Ele que sou Eu,
Não sabe!
Não pode saber ...
Eu não lhe vou dizer!
Deixá-los aos dois,
Continuar a pensar
Que o Tudo ... Que é Nada,
Chegou ... Sem ter Chegado!
E a eles, nada lhes foi dado ...
Nada! ...
E o Nada ... Matou! ...
Eles não sabem! ...
Pobres Poetas,
Não têm Nada ...
... Não sabem de Nada!
Quarta-feira, 2 de Julho de 2008
Não vou negar o dizer de palavras
Feitas do sentir mais profundo,
Mas não posso afundar-me
Na lama do Mundo…
Acompanho a caminhada
Delineada ao pormenor,
Mas fico aguardando
O porquê deste instante
O rodear do momento
Que não entendo…
Não tenho medo,
Aboli o medo ao nascer
E vim com coragem
A este mundo
Onde vou perecer!..
Mas sou Poeta no dizer…
Paguei em felicidade,
Doei de muitas formas
Cruéis e difíceis,
Esta loucura
De Liberdade.
Não vou perder-me no vulgo
Que me devora
Nem prender-me!
Apenas meditar
E voar…
Na minha própria Luz!