Imagem Internet/ Salvador Dalí / Surrealismo
Adoro em ti,
O teu alheamento
De mim.
Adoro em ti,
Os teus esquecimentos
E os teus devaneios.
Adoro em ti,
O tempo que me dás
Num sorriso fugaz.
Adoro em ti,
O ardor dos teus beijos
E a procura ávida dos meus.
Adoro em ti,
A falta de preconceito
A tua vivacidade
De menino ausente.
Adoro em ti,
A ausência de continuidade
Nos arroubos desejados.
Adoro em ti,
A tua sensualidade
Unindo-se à minha.
Adoro em ti,
A inocência de alguém
Que vive por si e para si.
Adoro em ti,
A liberdade que me dás
Que me é tão cara
E tanta falta me faz.
Adoro em ti,
Não olhares os meus versos
E me amares
Como se eu não fosse poeta.
Adoro em ti,
As imperfeições que encontro
E não me dares nada em troca.
Adoro em ti,
Essa forma de dar
E nada dar.
Adoro em ti,
Não reconheceres o que sou
E estás certo, eu nada sou.
Adoro em ti,
Tudo quanto eu amo
Tudo quanto eu chamo
De Vida!
Adoro em ti,
O clamor do insano
Nas horas certas.
Adoro em ti,
Não te lembrares de mim
Quando te chamo.
Adoro em ti,
Tudo quanto sou
Tudo o que esqueço
Tudo o que pretendo
E não tenho!...
Adoro em ti,
O me esquecer
De mim
E dos outros
E do mundo,
Ao qual pertenço.
Adoro em ti,
O te esqueceres de mim,
Agora e sempre.
Adoro em ti,
Esse amor
Por mim!
Maria Luísa O. M. Adães