Imagem Internet/ Salvador Dalí
Era noite,
O ar respirava
As almas vagueavam
No silêncio
E no escuro da noite.
Nada se movimentava,
Apenas eu caminhava
Ao encontro de mim,
Ao encontro de ti,
Ao encontro da vida
Que se me deparava.
Nada se movia,
Os corações não cantavam
E guitarras ao longe
Não soavam…
Era a noite fantasmagórica
De um local que não dormia
Não se expandia
Não dizia…
Perplexa e tímida
Eu te procurava,
No silêncio secular
De uma noite encontrada.
E não te via
E não te vislumbrava
E não sentia,
O mover de pessoas
Nessa estrada
De noite cerrada.
Era uma estrada
Só minha,
Eu caminhava
Procurava
A melodia que encantava
E não encontrava,
Apenas o silêncio se ouvia
Em tom brando,
Cauteloso,
Fugidio
E não se mostrava.
Eu nada via
E procurava no desespero
Que sentia
E não parava…
A alma partia-se
Aos pedaços,
Eu não apanhava
Esses pedaços,
Ninguém me ouvia
E a noite escondia.
Eu andava nessa noite
Onde estrelas não brilhavam,
Apenas sussurros
Caminhavam escondidos,
Nos silêncios e nos medos.
E tu onde te encontravas
E não me procuravas?
Quem és tu
Que eu desconheço?
Pois te perdi
Dentro de mim
Fora de mim
E não apanhaste
Os pedaços dispersos
Da minha alma
Que perdi,
Ao longo dessa noite…
Meu amor,
Onde estavas
Onde te encontravas?...
Maria Luísa adães
Estás mesmo doente e triste, amiga :( Não há ficção nenhuma neste teu poema. É apenas um queixume, a expressão de um desalento. Mas foste e voltaste e agora só te resta tentar sorrir, agarrar a vida e voltar aos teus poemas. Se estiveste doente, é natural que tenhas perdido alguma fluência de escrita, mas esta tua "Noite" não o demonstra, de forma alguma. A tristeza é que se sente de uma forma intensa. Ela passa, amiga. Tudo passa, não te esqueças. Força!
Um grande, grande abraço.
Mª. João
Folgo em encontrar-te. Quanta saudade!
Não notas diferença na "Noite"? Então fico melhor;
a tua opinião, tem muito valor.
Sinto-me a balouçar entre um lado e o outro e gosto
mais do meus País do que qualquer outro.
Sabes, estive para deixar o blogs...estou muito
cansada de tudo! Perdi anos de vida, naquele inverno frio e chuvoso de São paulo e não sei se posso perder anos de vida - talvez não possa.
Tenho de sorrir, dizes tu - e tens razão, mas por
enquanto, não é possível. Vou escrever o que se me deparar ,até cansar e não poder mais e aí termino.
Mas gosto de ti e mais amigos prediletos, dificeis de
esquecer! Por essa razão, aqui estou, mais magra
e de péssimo aspecto.
Obrigada por escreveres e por continuares na Net
- que faria sem ti? Nada, nada!...
beijos da amiga,
Maria Luísa
Claro que farias tudo sem mim, amiga. Talvez eu contribua com o meu grãozinho de areia para um pouco de alegria na tua vida, mas a obra é tua. Eu sou um "incidente de percurso". Posso ser um "incidente" positivo e fico muito feliz se assim for, mas todos nós somos capazes de sobreviver a dores que nem sequer podemos imaginar.
Eu emagreci mais de dez quilos quando tive aquela oclusão intestinal e a infecção. Fiquei com dislexia durante uns dias, pedi a deus que me levasse pois as dores abdominais eram mesmo insuportáveis e, no entanto, ainda cá estou. Um pouco mais condicionada, mas ainda produzo!
Um grande, grande abraço!
Mª. João
Neste momento não aceito a idéia de perder os amigos mais queridos que encontrei. Que faria sem
ti? Que faria sem os outros? Morria de saudade e tristeza.
Sei que estiveste muito mal;
és uma mulher sobrevivente do holocausto desta vida.
Sei que és, mas gosto de ti e não posso perder-te!
Sei que teria de aceitar e aceitava, mas neste
momento, estou muito fragilizada.
Foi um tempo instável, de tormenta e trovões ao longe. E parti, mas não queria partir...E me condenei à solidão, longe de tudo quanto amo e
paradoxal, perto de tudo quanto amo.
Nada foi suficiente, ao poeta esquecido que vive em
mim.
Sabes como é - este estar incompreendido, num mundo que também é meu!
E agora tenho de tentar, recuperar e se possível,
através de versos meus.
Desculpa o egoismo, mas não quero perder nada nem ninguém!
Neste momento não digas, "claro que farias tudo sem mim". Sofreria muito, podes acreditar!
Beijos e obrigada,
Mª. Luísa
Não o direi, se é isso que sentes, amiga. Sei bem o que é estar perto e longe de tudo o que nos é querido. Venho agora da minha catedral de caruma verde... o meu gigantesco pinheiro. Alguém esteve lá antes de mim e deixou um banquete de migalhas que os meus irmãos alados devoravam gulosamente. E fiquei feliz por eles. Tão feliz. Hoje estou "vestida" de momentos de estranha beleza. Coisas corriqueiras, do dia-a-dia, que me cobrem, me inundam e me deslumbram.
Um grande abraço cheio de ternura.
Mª. João
Hoje o teu dia é um dia de luz.
Estás vestida a primor para a tua festa;
os teus irmãos alados devoram a comida que alguém deixou;
vestiste os trajes de Deusa da poesia que escreves;
as coisas vulgares, tu as olhas, como se fossem tesouros;
há momentos de paz e esplendor no teu interior;
e sentes um momento forte de felicidade, há muito
esquecida;
hoje és fénix renascida olhando deslumbrada o que
te rodeia;
hoje és tudo o que já foste e regressou de novo,
a ti;
hoje não caíste das mãos, da criada descuidada;
e eu fico feliz por ti!
Agradeço tudo que és
Agradeço tu existires e gostares de mim;
fico feliz por te encontrar e te conhecer;
e gosto desses momentos de estranha beleza!
Que Deus te ajude e me ajude;
deixa-me ser egoísta, por instantes breves e só
pedir por ti e por mim e esquecer os outros.
Deixa que isso aconteça!
Maria Luísa
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